domingo, 10 de maio de 2009

Domingo à noite!!!!


Domingo à noite é sempre chato. Mesmo que você faça mil coisas durante o dia, sempre chega a hora em que você pára e pensa que segunda de manhã começa tudo de novo. E qual o sentido de tudo isso? Por que a gente tem que trabalhar, estudar ou simplesmente estar nesse mundo?Há milhões de anos a humanidade pensa sobre isso e posso apostar que muitos dos que refletiram sobre o sentido da vida, devem ter feito isso num domingo à noite. Mas não é preciso ser um Nietzche pra pensar sobre o sentido da vida. Qualquer pessoa que tenha algo entre as orelhas já deve ter pensado nisso uma vez na vida, mesmo que rapidamente, entre o intervalo do Faustão e o começo do Fantástico.A gente vem pra essa vida sem bula ou manual de instrução, a única informação que se tem é que no final a gente morre. Seja católico, evangélico, budista, hinduísta, muçulmano, kardecista ou de candomblé, o final é sempre o mesmo.Para Nelson Rodrigues, “o homem só não anda de quatro porque morre” e eu, modestamente, sou partidária dessa teoria. O fato de sermos a única espécie da natureza que sabe que está em contagem regressiva para morrer faz com que a gente invente mil coisas pra fazer entre o começo e o fim, mas ainda não inventamos nada que resolva o dilema de suportar o domingo à noite e a música do Fantástico.A resposta para o fato de nem todos refletirem sobre o sentido da vida pode vir da Rússia do século XIX, um lugar sem TV a cabo, eletricidade ou shopping center e que deveria ser chato como um domingo à noite, sobretudo se você fosse pobre, feio e epiléptico como Fiodor Dostoievski, um dos maiores escritores da história. Num dos seus livros - Notas do subterrâneo - ele disse: “Asseguro-vos, senhores, que o excesso de consciência é uma doença, uma doença verdadeira e completa. Para as necessidades diárias do homem, seria mais do que suficiente a consciência humana comum, isto é, uma porção igual à metade ou à quarta parte do que e concedida ao homem culto do nosso século XIX”. Por isso, se você está entre os que usam mais do que a quarta parte da consciência de um homem culto do século XIX, assista esse filme, de preferência no domingo à noite. Você pode até não descobrir o sentido da vida, mas pelo menos vai ter umas duas horas divertidas antes de encarar a segunda-feira.

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